9 meses...nunca estive tanto tempo "sozinho". Tento convencer-me a mim mesmo e a todos os outros, de que é assim que quero estar: sozinho. Sem ninguém, sem relações, sem "obrigações", sem nada. "Ah, eu estou bem assim, solteiro é que é". Mas ao final do dia, a casa continua vazia. Só eu num imenso espaço desperdiçado. Num espaço onde outrora se ouviam risos, conversas, onde se sentia a felicidade, onde se podia dizer que era um lar. Agora, é apenas um sítio que me abriga. Não que veja algum mal nisso, mas sozinho é triste... E na verdade, estou sozinho porque estou à espera de um dia encontrar alguém que me arrebata novamente, que faça o meu coração saltar uma batida, que me faça voltar a sonhar acordado, e voar por aí. É verdade que tenho pessoas interessadas, que até poderiam ser boa companhia. Mas não consigo deixar de pensar "e se não gostar assim tanto dela?". Tenho receio de estar a perder tempo - o meu e o dela - em algo que nunca vai resultar. Pronto, podemos dizer que é medo de me apaixonar. Sim, é. Tenho medo de voltar a ter alguém. Isto porque eu sou pessoa de me dar. Quando gosto, gosto a sério. Dou tudo de mim.
Mas pensando bem...começo a achar que sou um cobarde. Não devia ter medo de pelo menos tentar. Tentar alcançar algo que me faça sorrir. Não me interpretem mal, tenho passado uns bons tempos com alguém. Alguém que diz sem problemas que gosta de mim. E eu não consigo responder. Aliás, consigo...mas não quero. Sempre lhe fui sincero a dizer que não quero relações, nunca lhe menti, e ela sempre compreendeu esse meu lado. Sabe a minha história, sabe a minha opinião, sabe a minha revolta interior. Mas vendo bem...até que ponto se conhece alguém? Nem eu próprio me conheço a 100%.
Acho que todos nós já tivemos relações boas, em que houve aquele alguém que nos marcou de alguma maneira. Eu tenho um caso assim (e já explico o objectivo deste assunto) de uma amiga dos tempos do secundário. Que tremenda paixão que tive por ela. Uma rapariga bonita, divertida e interessante. E eu um puto alto, franzino e com acne. Contrariando todas as expectativas, consegui namorar com ela. 1 mês e meio... Foi a minha primeira desilusão amorosa. Os anos passaram, e apesar da relação fracassada, sempre mantivemos contacto, e uma grande amizade. Diria até, excelente! Nos últimos anos, falávamos de tudo. Dos namoros, dos que se faziam, da vida sexual de cada um, etc. Nunca tivemos tabus um com o outro, e considerava-a a minha melhor amiga. Mas lá no fundo...aquela tremenda paixão continuava lá a mexer. Resumindo a história, esta noite sonhei com ela. Sonhei que ela tinha deixado o namorado, e tinha ficado comigo. Um sonho normal, com história feliz, e bla bla bla. E acordei, com aquele sentimento de há uma década atrás... aquela paixão tremenda... lembro-me perfeitamente da sensação quando no sonho nos
beijámos. Quando ela diz "gosto de ti". Que merda de sensação. Tanto tempo depois, isto tinha de voltar a despertar. E assim passei o dia todo a pensar nela, a ver as fotos dela no facebook, e a pensar no que poderia ter feito melhor, a pensar "e se fosse eu naquelas fotos com ela". É parvo, eu sei...algo que eu pensava estar terminado e resolvido na minha cabeça e coração, volta para me assombrar e complicar mais um bocado. Quer dizer...eu não vou fazer nada em relação a esta história. Até porque além de não a querer envolver nos meus assuntos mentais por resolver, tenho todo o respeito pelo namorado. E assim chego à conclusão de que tenho o coração estupidamente dividido. De um lado, a paixão da escola. Do outro a paixão por quem partilhei a vida durante 6 anos, e por fim, a "paixão" (chamemos-lhe assim) da nova interveniente da minha vida. Por isso digo que não me conheço.
Será correcto esperar por alguém que nos dê aquela sensação engraçada e que nos meta a sorrir quando acordamos? Ou será que não devo esperar pela Bela Adormecida e devo sim aproveitar o que a vida me está a dar neste momento, seja intenso ou não? Ou ainda, que devo continuar tal como estou, mesmo que queira estar acompanhado?
Bem vindos ao meu mundo...
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
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